ALEMANHA ABRE ARQUIVOS DO HOLOCAUSTO A HISTORIADORES

Já aqui dei notícia da abertura de arquivos com documentação sensível. Mas esta notícia que tem circulado nos últimos dias é importante. Trata-se de estarmos na Europa e de se referir a documentação muito sensível e que ainda abre chagas em muita gente.

Mesmo assim é uma decisão corajosa a do governo alemão em abrir os arquivos sobre o holocausto aos historiadores. Talvez agora se esclareçam muitos "ses" surgidos e a verdade venha a ficar clara, doa a quem doer. Agora, é preciso rever aos acordos de Bona no sentido em que a abertura seja feita na sua totalidade para todos e que aqui não ganhem lóbies apoiados por países poderosos, ou pela força de quem tem dinheiro..................

É por isso que os arquivos são tão fascinantes e incómodos ao mesmo tempo. É por isso que é fácil ganhar a paixão dos arquivos. É por isso que muitos poderes instituídos temem os arquivos e os arquivistas, insistindo em que se fique a ser os parentes pobres das chamadas ciências da informação.

Museus rentabilizam o seu património

É notícia no Correio da Manhã que o Museu da Indústria Têxtil de Vila Nova de Famalicão vai avançar com um projecto de tratamento e disponibilização dos espólios arquivísticos das indústrias têxteis do Vale do Ave.

Notícia importante, pois trata-se de salvaguardar uma informação preciosa, estratégica mesmo para se compreender a evolução económica de Portugal. Num sector em crise onde se assiste ao encerrar destas fábricas, a salvaguarda dos seus arquivos é sempre um acto de mais valia.

Segundo a notícia "O Museu tem vindo a inventariar e organizar arquivos de empresas, dedicando-se actualmente ao estudo dos espólios documentais de duas antigas fábricas têxteis – a do Bugio, em Fafe, e a de Serves, em Pedome. O director do museu, Lopes Cordeiro, adiantou que em breve serão também objecto de tratamento os arquivos da Sampaio Ferreira, em Riba de Ave."

Fiquemos então à espera do resultado da ROTA TÊXTIL DO VALE DO AVE (nome do projecto).

62º Congresso da Federação Internacional de Arquivos de Filmes - FIAF

A realizar em São Paulo - Brasil de 23 a 29 de Abril sob o lema "O futuro dos arquivos de filmes no mundo do cinema digital: arquivos de filmes em transição".

Segundo a Agência Brasileira de Notícias além do tema principal do congresso, serão realizados quatro workshops na Cinemateca de São Paulo, nos dias 26 e 27. "São eles: “Copyright: Definição do fair use” (dia 26, das 9h às 12h), “Situação do patrimônio fílmico ibero-americano” (dia 26, das 14h às 18h), “Projetos de digitalização nos departamentos de documentação dos arquivos de filmes” (dia 27, das 9h às 12h) e “Blowin’ in the Wind: Gerenciamento de arquivos em uma época de mudanças” (dia 27, das 10h às 12h)".

Consulte: http://www.fiafcongress.org/2006/index.htm

As inscrições podem ser feitas pelo site da Cinemateca – www.cinemateca.org.br ou através do email fiaf2006@cinemateca.org.br ou pelo telefone: (11) 5084.2177.

O PRACE e a cultura...... que irá acontecer ?

Foi anunciado o resultado do PRACE, parece que vamos ter mexidas na Administração Pública. Desaparecimentos e extinções, falsos desaparecimentos e falsas extinções, concentrações de serviços, pessoal ameaçado de mobilidade e supra-numerários, enfim mais um episódio numa novela esperada e conhecida.

No Ministério da Cultura, as mexidas são grandes, deixa de existir o Instituto dos Arquivos Nacional / Torre do Tombo e passa a vigorar os ARQUIVOS NACIONAIS, acaba o Centro Português de Fotografia e o Conselho Superior de Arquivos.

Como vemos a "mudança" é profunda....

• Do órgão coordenador da política arquivística muda-se o nome. Agora, será que vai efectivamente mudar o peso da Torre do Tombo?
• Acaba-se finalmente com Centro Português de Fotografia que só serviu para acabar com o Arquivo Nacional de Fotografia e levar o espólio de Alvão para o Porto.
• Enterra-se o morto, pois o Conselho Superior de Arquivos não funcionava mesmo.....

Enfim a política portuguesa no seu melhor. Resta saber agora quais vão ser as políticas efectivas ou mais uma vez temos uma plástica em execução. Estica-se a pele mas tudo continua podre por baixo.

Sinceramente espero que esta seja A oportunidade. Temos de a agarrar para bem de todos nós e principalmente do país.